quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Da Ilíada ao twitter, ou em busca da leitura perdida: perguntas e desafios para bibliotecas preocupadas com a promoção da leitura


2ª Conferência Internacional Bibliotecas para a Vida | Évora
19 Novembro | 9h30 | Manuela Barreto Nunes

Hoje em dia, graças às novas tecnologias da informação e comunicação, nomeadamente a Internet, as ferramentas da Web 2.0 ou as facilidades dos telemóveis, a produção e publicação de informação democratizou-se e tornou-se acessível ao comum dos cidadãos. A comunicação de textos autógrafos em rede tornou-se um fenómeno do dia a dia. Quer isto dizer que, nas sociedades desenvolvidas, quase todos lêem e quase todos escrevem e são lidos, nomeadamente em mensagens rápidas e concisas. A leitura, em consequência, ao assumir aspectos de quotidianeidade por sua vez ligados ao estilo vagabundo, irrequieto e impaciente característico da informação virtual, parece assumir também uma natureza distinta daquela que tradicionalmente lhe é atribuída. Compreender os novos aspectos da leitura torna-se assim uma tarefa urgente e obrigatória para as bibliotecas que assumem como uma das suas principais funções a criação, promoção e desenvolvimento de hábitos de leitura sustentados. Sobre este tema teceremos algumas reflexões, e apresentaremos exemplos que apontam para uma compreensão do fenómeno, situados no campo das bibliotecas públicas e escolares.

A história do José que procura o livro Ilíada na internet, e que encontra tudo menos o livro. Depois de muitas pesquisas e navegar pelo projecto Gutenberg, conclui que não encontrava o texto em português na Web. Só encontrou uma referência ao livro num OPAC numa biblioteca portuguesa.

Nesta comunicação foram abordadas várias questões sobre a forma como os jovens pesquisam informação na internet e o que encontram sobre conteúdos que tradicionalmente as bibliotecas deveriam disponibilizar, mas que são fornecidos virtualmente por outros serviços. Foi mencionada a fraca participação das bibliotecas na internet, a questão dos conteúdos disponibilizados não responderam às necessidades dos utilizadores mais jovens, assim como falta de presença institucional destas instituições na Web social.

Reflectiu-se sobre a importância da presença das bibliotecas nas redes sociais, nomeadamente no Twitter, como uma forma de comunicação com o público-alvo mais jovem. Reforçou-se a ideia de construção de uma rede social estruturada, nesta plataforma, entre a instituição biblioteca e uma comunidade virtual de utilizadores que poderiam complementar a sua necessidade de informação através da participação activa da biblioteca nesta rede, que seria também uma tentativa de evitar o abismo da informação, que a Internet nos oferece, e através de respostas personalizadas da biblioteca na rede, os utilizadores obterem esclarecimentos, informações, novidades, etc.

Vivam as bibliotecas vivas!

Sem comentários: