quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

amor de salvação II

A Biblioteca do Estado de Vitória, em Melbourne, Austrália, inaugurou uma noite de “speed dating” (encontros românticos rápidos) com um traço literário. Quem comparece ao encontro deve levar um livro que goste ou odeie, para puxar conversa, assegurando que não haverá silêncios constrangedores durante as séries de conversas, de cinco minutos, com os diversos solteiros do grupo.
É ‘speed dating’ com livros. A ideia é juntar os amantes de literatura.
O primeiro encontro foi rapidamente preenchido por 52 participantes, e 13 casais que se conheceram no local marcaram encontros futuros. A iniciativa provou ser um sucesso tão grande que mais noites de encontros já estão programadas para este ano.
Entre os livros levados para a primeira noite de encontros estavam “O Diário de Bridget Jones”, de Susan Fielding; “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams; e alguns romances do autor japonês Haruki Murakami.

Fontes:
Bibliorandum , State Library of Victoria, Austrália

Vivam as bibliotecas vivas. Com o Amor de Salvação!

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

amor de salvação I

Camilo, na Observação inicial do Amor de Salvação, justifica o título da obra:

"Para o amor maldito, duzentas páginas; para o amor de salvação as poucas restantes do livro. Volume que descrevesse um amor de bem-aventuranças terrenas, seria uma fábula."

A primeira edição desta obra é de 1864, e o amor de felicidade e bom exemplo ainda não tinha chegado a Camilo. Aliás, ele próprio defende que tem que tardar, o coração tem que passar pela reabilitação, e a consciência de regenerar-se para encontrar a tábua, na vida naufragada, que o irá salvar.
Bem-aventurados os que se passeiam pela vida, nas margens serenas, do amor que salva !
Vivam as bibliotecas vivas.

Blade Runner na Casa de Camilo

Para ler no Abrupto, de José Pacheco Pereira.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Camilo dixit

Caricatura de Camilo por Vasco


Lede como quem se recreia.
Para isso comprais este livro.


In : advertência "O Livro Negro do Padre Diniz"
Camilo Castelo Branco

marcar os livros com frases de Camilo

José Pacheco Pereira esteve em Seide, na 6ª feira, e hoje, no Abrupto, destaca os marcadores de livros com frases de Camilo Castelo Branco, oferta da Casa Museu.

"um livro bem pensado e bem composto só admira os dez literatos inteligentes que por aí vivem, lurados na sua obscuridade."
In Correspondência epistolar, CCB

Perguntaria, Camilo, se fosse vivo:
Quem são estes dez literatos? (10 Grandes Portugueses?)
Que livros de JPP irão marcar os marcadores?
Aguardam-se sugestões.
Vivam as bibliotecas vivas

domingo, 28 de janeiro de 2007

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

uma invenção lorpa

Inicia Camilo o romance Anátema, no capítulo 1, com o título:
"No qual se prova que o autor não tem jeito para escrever romances".

"Este começa por onde acabam os outros", ou seja com um casamento! Nove luas depois... o baptizado!
(Continua Camilo)
"vamos fechar este capítulo.
- Com que lance dramático?- pergunta o leitor.
- Nenhum! - respondo eu.
- Porque não inventaste um encapotado, que viesse perturbar este festim, como o Mane Tacel Phares de Balthazar?
- Era uma invenção lorpa - respondo eu.
- Pois não houve mais nada!? - torna o importuno.
Houve o seguinte:
O menino que fazia anos, meteu-se na capoeira das galinhas e degolou-as todas!
Acaba melhor do que eu imaginara."

São os diálogos que Camilo inventou para nós, leitores de invenções lorpas.
Vivam as bibliotecas vivas.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

maria josé moura

Inventou o futuro das bibliotecas públicas.
Sem a Maria José Moura não existiam bibliotecas públicas em Portugal. Existiam bibliotecas públicas, mas não as que ela sonhou e que alguns bibliotecários, com ela, fizeram crescer.
Proporcionou-nos o melhor, as viagens de estudo, as conferências internacionais, o aprendermos juntos, a realização de projectos, a não pararmos nunca pela maior causa, a tal revolução silenciosa, da Leitura Pública.
Encontramo-nos, bibliotecários de coração e alma com MJM, no próximo sábado, para gozarmos o gosto de estarmos vivos, e juntos ainda caminharmos.
Vivam as bibliotecas vivas.

Nota biográfica de Maria José Moura (não está actualizada)
Começou a sua carreira de bibliotecária na Universidade de Lisboa, onde desempenhou o cargo de Directora dos Serviços de Documentação e Publicações. Entre outras actividades, foi professora do Curso de Especialização em Ciências Documentais das Universidades de Coimbra e Lisboa, Coordenadora Geral da Comissão do Inventário do Património Cultural e adjunta do Gabinete do Secretário de Estado da Cultura.

Organizou e participou em diversas conferências e seminários internacionais e tem uma bibliografia que inclui os Relatórios sobre as Bibliotecas Públicas em Portugal (1986 e 1996).
Foi Directora de Serviços de Bibliotecas, no Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, vice-presidente do Conselho Superior das Bibliotecas Portuguesas, presidente do Ponto de Convergência Nacional do Programa Telemática para Bibliotecas da União Europeia, e membro do Information Society Forum – Bruxelas.

Foi condecorada com a Ordem de Mérito e, em 1998, recebeu o Prémio Internacional do Livro, atribuído pelo “International Book Committee”, sob proposta da IFLA.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

o padre Diniz e Blade Runner

Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? O que nos torna humanos?
O filme Blade Runner aponta para estas questões religiosas e filosóficas. Deckard, ex-Blade Runner, veio para a Terra à procura do seu Criador, para tentar aumentar o seu período de vida e escapar à morte que se aproxima.
O Livro do Padre Diniz, não faz outra coisa. Através desta fantástica personagem, Camilo apresenta-nos a metamorfose de um homem que se procura em Deus.
Deste modo, fica o convite, um livro e um filme para ver e ler.
Vivam as bibliotecas vivas.

26 Janeiro 21h30
Casa de Camilo / Seide

Um livro Um filme

Do Androids dream of a electric sheep? de Philip K. Dick

Blade Runner de Ridley Scott

convidado José Pacheco Pereira
entrada livre

blogue Abrupto

um nu do valter hugo mãe

Editado pela Cosmorama (do poeta e teólogo José Rui Teixeira) o novo livro de poesia do valter. Para o delírio de todos os fãs. Há muito que nos tinha prometido um nu.
Aí está a Pornografia Erudita.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

directório de bibliotecas portuguesas


Parabéns ao meu ex-aluno, amigo e colega Fernando Vilarinho, do blogue Bibliotecas em Portugal, que acabou de publicar o Directório de Bibliotecas Portuguesas.
Um verdadeiro wiki. Só temos que colaborar, corrigindo e aumentando.

fiama

Fiama brilha junto das suas árvores, com os seus poemas, para sempre. O valter hugo mãe deixa-nos um depoimento sobre os últimos dias de Fiama, no tempo, na casa de osso.
Recordo os poemas de Fiama. De ir à biblioteca copiá-los num caderno, ao lado dos de Eugénio e do seu Gastão Cruz. Raramente comprava livros. Comia-os.
Vivam as bibliotecas vivas.

o tempo faz e desfaz

Nada tão silencioso como o tempo
no interior do corpo. Porque ele passa
com um rumor nas pedras que nos cobrem,
e pelo sonoro desalinho de algumas árvores
que são os nossos cabelos imaginários.
Até na íris dos olhos o tempo
faz estalar faíscas de luz breve.
....

Mas nós sentimos dentro do coração que somos
filhos dilectos do tempo e que, se hoje amamos,
foi depois de termos amado ontem.
O tempo é silencioso e enigmático
imerso no denso calor do ventre.
Guardado no silêncio mais espesso,
o tempo faz e desfaz a vida.

Fiama Hasse Pais Brandão
1938-2007

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

sete selos

"E onde está ele?
Quem abriu os sete selos do Apocalipse?"

in advertência "O Livro Negro do Padre Diniz"
Camilo Castelo Branco

confrontar: Apocalipse 5, 1-14
post Tomei o pequeno livro e comi-o

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

camilo e rosalía



Rosalía de Castro, grande poeta galega, e Camilo Castelo Branco, irmanados pela grandeza da sua escrita, foram editados em edição dupla, os títulos "Amor de Perdição"* e "Follas Novas"**, numa iniciativa da Fundación Rosalía de Castro e da Casa Museu Camilo, pelas Edições Caixotim, numa belíssima caixa, em Dezembro de 2006.

* prefácio e fixação de texto Aníbal Pinto de Castro
** prefácio de Xesús Alonso Montero

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

o livro negro do padre Diniz I

A propósito da novela que decorre na RTP1, consultei a obra "O Livro Negro do Padre Diniz" (1855), e fiquei surpreendida pela Advertência, que Camilo Castelo Branco coloca nas primeiras páginas, interrogando o leitor sobre a condição humana.
Apresenta-nos, resumindo, a personalidade deste Padre Diniz, que é simultaneamente um fraco e um santo, que sabe que "a escala dos sofrimentos varia até ao infinito", e a quem desceu "a réstia luminosa da santificação". O criminoso e o anjo. Ora exerce uma influência boa ora cruel.
Seria homem, o Padre Dinis? - pergunta Camilo. Anjo ou super-homem?
Continua....

contributo para o estudo do fundo Vasco de Carvalho



quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

entre-dois

Sérgio Sousa, camilianista, professor na Universidade do Minho, defendeu em finais de 2005, o doutoramento, na mesma universidade, com a dissertação : "Entre-Dois : desejo e Antigo Regime na Ficção Camiliana". A obra ainda não está publicada, espero que seja para breve.
O autor fez um estudo da ficção Camiliana, que reflecte a sociedade do séc. XIX. Apresenta-nos, por um lado a sociedade patriarcal, um mundo do Antigo regime, e por outro, uma sociedade romântica, em que o indivíduo busca uma emancipação e demonstra um desejo sentimental.
A bipolaridade e as contradições desta sociedade oitocentista são relatadas nesta tese, através da ficção de Camilo, sobretudo nas três obras : "O Santo da Montanha", "A Queda de um Anjo" e "A Filha do Doutor Negro".
Este trabalho pode ser consultado na biblioteca da Casa Museu.
Vivam as bibliotecas vivas

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

maria moisés II

"Maria Moisés", in Novelas do Minho, de Camilo Castelo Branco, narra duas histórias, a primeira é sobre os amores contrariados de Josefa de Santo Aleixo e de António de Queirós e da filha de ambos, Maria Moisés.
A segunda, é a história de vida de Maria de Moisés.

Para saber mais "Maria Moisés de Camilo Castelo Branco: Enredos do Coração" de
J. Cândido Martins (Universidade Católica Portuguesa – Braga).

Vivam as bibliotecas vivas.

paixões proibidas I I

Paixões Proibidas II

Apresentação - bastidores de Paixões Proibidas

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

vinte horas de liteira

séc. XIX, no Museu dos Coches

O romance "Vinte horas de liteira", de Camilo Castelo Branco, descreve a viagem que o escritor faz com a personagem António Joaquim, de Vila Real até ao Porto. É uma sucessão de histórias e narrativas que António Joaquim lhe vai contando, e vice-versa. O paradoxal desta obra, é a que a personagem ficcionada António Joaquim reconta, ao escritor, histórias reais. Essas histórias são ficção, escritas pelo narrador Camilo Castelo Branco. O narrador também conta, a António Joaquim, histórias verdadeiras.
Estas ambiguidades entre a conversa do livro e a literatura, o narrador que não é mas acaba por ser, o real e a ficção, transformam esta viagem ficcional camiliana numa verdade im(possível).
Recomendo o prefácio da investigadora Annabela Rita à obra Vinte Horas de Liteira, Edições Caixotim, 2002

A obra em CD-Rom Projecto Vercial
Vivam as bibliotecas vivas.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

trevas claríssimas

fotografia Anthony Goicolea


"Não se pode ser perfeito hoje em dia sem se ser um bocadinho idiota. A esta saudável ignorância das misérias do próximo, chamava o meu padre Manuel Bernardes, «trevas claríssimas»."

In Maria de Moisés

Camilo Castelo Branco

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Camilo por terras brasileiras II

O portal (do Governo Federal do Brasil ) Domínio Público necessita de colaboradores, em regime de voluntariado, para digitalizar as obras literárias que já se encontram em domínio público.
Quem quiser ajudar, e já agora divulgando as obras do Camilo que ainda não estão na biblioteca digital, pode fazê-lo para os emails:
parceiros@futuro.usp.br
ou
voluntario@futuro.usp.br

Bom trabalho e ajudem a manter as bibliotecas vivas.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Camilo por terras brasileiras I

O Governo brasileiro, através do Ministério da Educação, propõe um Portal de obras literárias, musicais, e outras, de domínio público, em formato de biblioteca digital. Este projecto estende-se também a obras contemporâneas cujos autores autorizem a sua divulgação e digitalização.
Camilo Castelo Branco é contemplado, nesta biblioteca digital, com 6 obras completas em pdf :

A Brasileira de Prazins

Amor de perdição

Coisas que só eu sei

Coração, cabeça e estômago

Os Brilhantes do Brasileiro

Uma Praga rogada nas escadas da forca


Vivam as bibliotecas vivas.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

manifesto do bibliotecário 2.0

Para iniciar o ano 2007, reconheço que ainda estou a interiorizar o bendito manifesto.
Aprecio os manifestos, as declarações de princípios, os decálogos. Recentemente, estudei e apresentei um trabalho sobre os "Manifestos de Carvalho Travassos" e os "Manifestos de Mangelos".
Vivam as bibliotecas vivas.

Manifesto do bibliotecário 2.0
(no blogue "Tame the web : libraries and technology" de Michael Stephens)

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

2007

Not because of victories
I sing,
having none,
but for the common sunshine,
the breeze,
the largess of the spring.

Not for victory
but for the day's work done
as well as I was able;
not for a seat upon the dais
but at the common table.

Charles Reznikoff, "Te Deum", 1976.