O romance "Vinte horas de liteira", de Camilo Castelo Branco, descreve a viagem que o escritor faz com a personagem António Joaquim, de Vila Real até ao Porto. É uma sucessão de histórias e narrativas que António Joaquim lhe vai contando, e vice-versa. O paradoxal desta obra, é a que a personagem ficcionada António Joaquim reconta, ao escritor, histórias reais. Essas histórias são ficção, escritas pelo narrador Camilo Castelo Branco. O narrador também conta, a António Joaquim, histórias verdadeiras.
Estas ambiguidades entre a conversa do livro e a literatura, o narrador que não é mas acaba por ser, o real e a ficção, transformam esta viagem ficcional camiliana numa verdade im(possível).
Recomendo o prefácio da investigadora Annabela Rita à obra Vinte Horas de Liteira, Edições Caixotim, 2002
A obra em CD-Rom Projecto Vercial
Vivam as bibliotecas vivas.
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