MAGNIFICAT
Ai, a vida!
Quanto mais me magoa, mais a canto.
Mais exalto este espanto
De viver.
Este absurdo humano,
Quotidiano,
Dum poeta cansado
De sofrer,
E a fazer versos como um namorado,
Sem a namorada que lhos queira ler.
Cego de luz, e sempre a olhar o sol
Num aturdido
Deslumbramento.
Cada breve momento
Recebido
Como um dom concedido
Que se não merece.
Ai, a vida! Como dói ser vivida,
E como a própria dor a quer e agradece.
Miguel Torga
1 comentário:
o blog esta interessante e tenho visto que cada vez mais os bibliotecários e os técnicos de biblioteca como eu tem aderido a blogosfera.
visitem o meu blog e mandem-me todo o tipo de informação
http://biblioinfor.blogspot.com
façam boas pesquisas
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