Inicío o meu dia fora de casa com a sessão de fisioterapia - biblioterapia, nas mãos da russa Helena.
Hoje, confessou-me que há vários anos está em Portugal a exercer fisioterapia, mas pela primeira vez tem uma "doente" que lê durante os tratamentos !
Quiz saber o que leio, o que faço e depressa conclui que a maioria da população portuguesa não tem hábitos de leitura.
Helena fala português correctamente, lê muito em russo e já se aventurou a ler romances na nossa língua. Nasceu na cidade mais fantástica, que ainda não conheço, a célebre S.Petersburgo.
Cidade da cultura - da música de Glinka, de Mussorgski, Tchaikovski, de Rimsky-Korsakov, de Shostakovich, de Stravinski, do ballet de Diaghilev, de Nijinski e de Ana Pavlovna, do teatro de Meyerhold, da poesia de Alexander Blok, de Maiakovski e de Ana Akhmatova, das telas de Chagall, de Malevich e de Kandinsky, a que possuiu o maior museu de artes do mundo - o Hermitage.
Num plebiscito realizado em 1991, durante o colapso da União Soviética, os moradores de Leningrado, originalmente S. Petersburgo, votaram em massa a favor da restauração do antigo nome. E assim o Cavaleiro de Bronze, símbolo mor de Pedro, o Grande, fundador desta pérola, glorificado no célebre poema de Puchkin “Um conto de Petersburgo”, voltou à cidade.
Como é que uma imigrante russa, fisioterapeuta em Portugal, se sentirá realizada culturalmente? Pergunta-me quando poderá assistir a uma ópera, a um bailado, em Braga?
Sugeri uma ida à Biblioteca (de Famalicão), onde pelo menos encontra Tolstoi e Tchaikovski.
Ela sugeriu-me uma ida à sua S. Petersburgo. Vivam as bibliotecas onde se pode viajar.
1 comentário:
Adorei ler este post...
Continue a promover a bibliotca como espaço de viagens!
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