terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Santo Natal!

foto Ana Luísa Alvim

Quando despontarem as primeiras luzes do Seu cortejo
ainda nos faltará tudo:
o azeite na almotolia,
um alfabeto que descreva com outra firmeza o azul,
formas indivisíveis para este amor,
que só em fragmentos
e numa gramática imprecisa
conseguimos viver.

Quando despontarem as primeiras luzes
estaremos talvez longe:
à altura dos olhos continuaremos a trazer a mesma indisfarçável solidão
as mesmas mediações ilegíveis através do tempo
as mesmas demoras tatuadas.

O Seu advento encontra-nos sempre impreparados
e, contudo, este é o momento em que
por puro dom se nasce.

A Sua vinda testemunha o que não sabíamos ainda:
a nossa frágil humanidade é narração
da autobiografia de Deus.

José Tolentino Mendonça

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Livros, Leituras e Redes Sociais

artigo de Paulo Leitão apresentado na conferência "Bibliotecas para a Vida" na Biblioteca Pública de Évora, 2009

Resumo: Este estudo analisa um caso particular de plataformas de redes sociais, as plataformas de catalogação social. Considerando que o objectivo fundamental é o de perspectivar formas de exploração destas plataformas pelas bibliotecas públicas no domínio da promoção do livro e da leitura, são analisados apenas os mecanismos de interacção e socialização em três casos, de acordo com uma heurística que define os seguintes domínios: Construção da Identidade, Comunicação e Percepção. Verifica- se que estas plataformas de catalogação social abrem uma nova porta para o ambiente web às bibliotecas públicas, quer porque permitem agregar a procura, quer porque possibilitam a prestação de serviços de diversa natureza neste novo ambiente. A título exemplificativo são sugeridas formas de exploração destas plataformas em serviços como promoção do livro e comunidade virtuais de leitores. Finalmente, sugere-se um conjunto de atitudes-chave propiciadoras do sucesso na gestão destas plataformas.

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Catálogo 2.0: a Biblioteca de volta à Comunidade

Filipe Manuel dos Santos Bento, Lídia Oliveira Silva
Universidade de Aveiro
Resumo do artigo apresentado ao 7º SOPCOM

Algumas soluções, comerciais ou Open Source, oferecem já componentes Web 2.0 no cenário da descoberta de informação. Estes componentes e o ambiente participativo e colaborativo associado ao seu uso podem ajudar no enriquecimento de sistemas de pesquisa e recuperação de informação, promovendo a Inteligência Colectiva pela partilha de informação revestida de conhecimento e avaliando os recursos encontrados, de modo a que os utilizadores seguintes, ao efectuarem uma pesquisa semelhante, obtenham em primeiro lugar os resultados mais pertinentes.
Nesta comunicação é apresentado um novo modelo para a pesquisa, descoberta e partilha de informação e sua implementação actual (primeira apresentação pública fora da Universidade de Aveiro), que integra o OPAC (Online Public Accessible Catalog, catálogo de pesquisa bibliográfica) e os seus acervos bibliográficos, agrega conteúdos de fontes externas e contribuições dos seus utilizadores.
Na linha dos conceitos fundamentais avançados por vários autores para o termo “Biblioteca 2.0”, nomeadamente de Michael Casey (2006), quem primeiro cunhou este termo, e Jack Maness (2007), "Catálogo 2.0" rompe com o conceito do Catálogo clássico ao incentivar os utilizadores a “sublinharem” passagens do livro e escreverem notas, só que em vez de o fazerem directamente no livro, a que o façam numa plataforma digital. A presente visão leva este conceito mais longe ao atribuir aos recursos, objectos de informação, também o papel de actores no sistema, tendo estes igualmente uma vida social, de “nascença” (por serem do mesmo autor [“irmãos”], assunto [“primos”]) ou lhes dada pela utilização e recomendação dos utilizadores (por serem de algum modo do mesmo grupo [“amigos”]). Neste modelo de
sistema de descoberta, os recursos tornam-se “amigos” dos actores humanos por terem sido “apresentados” (recomendados) por outros utilizadores. Ao estabelecerem esta ligação, recursos e utilizadores alargam a sua rede social em novas ramificações de (potenciais novos) recursos, utilizadores e comunidades.Nesta comunicação serão também apresentados em primeira mão os resultados sumários obtidos via componente empírica da metodología adoptada para este estudo, a ser conduzida com a ajuda de grupos de voluntários (6 Focus Groups; cada grupo: 8 a 12 pessoas), representativos da comunidade académica da Universidade de Aveiro, entre Outubro e Novembro do presente ano. Esta componente de recolha de dados irá ser feita num ambiente de laboratório com sessões baseadas em cenários concretos de utilização do sistema (implementação actual do modelo proposto). Estes dados irão ser complementados por questionários pré e pós período de uso do sistema e análise delogfiles do servidor. Para além da resposta à pergunta de investigação e confirmação ou refutação das hipóteses avançadas, a observação da utilização irá também avaliar se o sistema é útil (isto é, se cumpre os objectivos expectáveis dos utilizadores), se é usável (permite atingir esses objectivos de uma maneira simples, relativamente intuitiva e sem erros ou problemas) e se é acessível (isto é, se o sistema pode ser usado por todos os utilizadores alvo).

Palavras-chave: Informação, descoberta, media participativos, inteligência colectiva, redes sociais

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

7º Congresso da SOPCOM

 Meios Digitais e Indústrias Criativas: os efeitos e os desafios da globalização
Universidade do Porto | 15 a 17 de Dezembro | 2011

Divisão das Comunicações no GT de Ciência da Informação
Bloco I – 15/16, 14h30 às 16h

• “Catálogo 2.0: a Biblioteca de volta à Comunidade”, Filipe Manuel dos Santos
Bento, Lídia Oliveira Silva
• “Os meios digitais e o comportamento dos bibliotecários das universidades públicas
portuguesas”, Luciana Moreira Carvalho
• “Utilização da Internet em contexto de formação nos Estabelecimentos Prisionais
Portugueses. Aplicação, impacto e transferência”, Daniela Graça, Lídia Oliveira
Bloco III – 16/12, 14h30 às 16h
• “Os meios de comunicação à distância utilizados no ciberespaço”, Vicente Paulino
• “O Espaço Tecnológico Lusófono”, José Gabriel Andrade
• “Obras de ficção como fontes de informação: a cultura informacional dos fãs
autores de fanfiction”, Geórgia G. Cordeiro Dantas
• “Gerir e Recuperar a Informação Noticiosa: Um desafio para Centros de
Documentação dos jornais”, Maria Elisa Cerveira

Sessões Temáticas

Fonte: Página do congresso

    sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

    Convite à participação nas Secções e Grupos de Trabalho da BAD

    Entre os objectivos de vária ordem que marcam o seu mandato, o Conselho Directivo Nacional da BAD pretende mobilizar os profissionais, associados e não associados, em torno da valorização e defesa dos serviços em que trabalham e, nessa medida inevitavelmente, dos seus próprios e legítimos interesses que, nos últimos anos, têm visto ser cada vez mais postos em causa. Procura-se, para esse efeito, desenvolver anteriores e novas formas de participação na vida associativa, tirando o melhor partido da experiência dos que nela têm estado envolvidos, mas tentando atrair também os mais novos.

    Das Secções que há anos tinham sido aprovadas pelas anteriores direcções, apenas duas – a de Arquivos Municipais e a de Documentação e Informação Escolar – registavam agora alguma regularidade na acção.

    As restantes permanecem inactivas, na sua maior parte há uma dezena de anos, pelo que foi decidido iniciar uma tentativa de constituir, em menor número, e sobretudo de um modo mais flexível e informal, o que poderemos designar como Grupos de Interesse ou de Trabalho, que poderão acolher também potenciais associados, isto é, profissionais cujos interesses venham a coincidir nessas diferentes matérias.

    Um que está já a cumprir o seu programa, no qual se inclui o diagnóstico da situação deste sector específico, é o GT de Arquivos Audiovisuais.

    Está ainda a constituir-se o GT de Gestão de Documentos de Arquivo, que tem como principal objectivo reflectir, debater e actuar com vista à implementação, no país, dos princípios e boas práticas de gestão de documentos de arquivo, independentemente do seu suporte.

    O GT das Bibliotecas Públicas pretende ser um fórum de reflexão e debate, em que se confrontem perspectivas e se concertem posições e estratégias para que, num processo inclusivo, se mobilizem bibliotecários de todo o país em defesa do que consideramos um verdadeiro serviço público.

    Relativamente ao GT de Bibliotecas do Ensino Superior, que se assume como uma plataforma de ação e reflexão colaborativa para apoiar a inovação, as boas práticas e o aprofundamento dos novos papéis e competências das instituições e seus profissionais, pretende reforçar o papel das BES nos processos de ensino aprendizagem, com enfoque na literacia da informação e nas tecnologias emergentes, e perspectivar novas formas de comunicação da ciência e a participação das bibliotecas no processo de criação e disseminação do conhecimento científico.

    No que se refere ao GT de Tecnologias de Informação e Comunicação, propõe-se, para melhor corresponder às necessidades dos profissionais, monitorizar as tecnologias emergentes, desde os sistemas integrados de gestão de bibliotecas e arquivos, e de interoperabilidade, etc. às redes sociais e colaborativas, promovendo a formação e a partilha de experiências, e dotando ao mesmo tempo a Associação de ferramentas de comunicação baseadas na web.

    Solicita-se aos membros da BAD, individuais e colectivos e a outros potenciais interessados que seleccionem o GT que melhor corresponda às suas actividades profissionais e - utilizando as TIC, nomeadamente - nele queiram participar activamente, que na página Web da Associação, preencham para esse efeito, de preferência até ao final de 2011, o respectivo formulário online.

    Serão contactados, através de correio electrónico, no âmbito de um processo de consulta que proporcionará um mais activo envolvimento e participação na BAD. Devemos, entretanto e uma vez mais, apelar a todos para que contribuam para o desenvolvimento e promoção das actividades de uma Associação profissional que, ao longo dos seus 38 anos de existência, sempre contou unicamente com a sustentação dos seus membros e que procura hoje renovar-se para melhor corresponder às suas aspirações e interesses, precisando para isso do apoio de todos os profissionais.